sábado, 5 de junho de 2010

INVERNO


 
Lá fora o inverno
restaram algumas flores baldias
resistindo heróicamente ao algoz de gelo
jazem lânguidas, lívidas e esquecidas

O sopro da morte,
borrifado atravéz da brisa crestante
faz com que desfolhadas
balbuciem o último suspiro

prematuros suicidas
Incauto namorado
a flor do ipê dourado
fulminado
com a azaléia rosiclér

Assim partiram também
o teu sorriso e o meu desejo
melados de quentão
naquela noite de inverno
na feira do pinhão
aquecida ilusão

debaixo deste céu de chumbo
deslizas altaneira
neste calçadão de gelo
teu charme em relevo
emaranhado em cachecóis
me enlevam, me arrebatam
despretensiosamente,
sem apelos

linda ninfa
ficas ainda mais bela
de sobretudo caramelo
os anéis de seus cabelos
me anelam
ao roubarem beijos
dos seus lábios de mel
como travessos colibris.


by   DAVI CARTES ALVES












2 comentários:

Nara disse...

Olá, Davi!


Agora também serei sua seguidora!


:)

Nara disse...

Lindo poema

as imagens são intensas!