Ah, por favor,
doçura, doçura, doçura!
Acalma esses arroubos febris,
Acalma esses arroubos febris,
minha bela
Mesmo em grandes folguedos,
a amante só deve
Mostrar o abandono calmo da irmã pura
Sê lânguida,
Mesmo em grandes folguedos,
a amante só deve
Mostrar o abandono calmo da irmã pura
Sê lânguida,
adormece-me com os teus afagos,
Iguais aos teus suspiros e ao olhar que embala
O abraço do ciúme,
Iguais aos teus suspiros e ao olhar que embala
O abraço do ciúme,
o espasmo impaciente
Não valem um só beijo,
Não valem um só beijo,
mesmo quando mente!
Mas dizes-me, criança,
Mas dizes-me, criança,
em teu coração de ouro
A paixão mais selvagem toca o seu clarim!...
Deixa-a trombetear à vontade,
A paixão mais selvagem toca o seu clarim!...
Deixa-a trombetear à vontade,
a impostora!
Chega essa testa à minha,
Chega essa testa à minha,
a mão também, assim,
E faz-me juramentos
E faz-me juramentos
pra amanhã quebrares,
Chorando até ser dia,
Chorando até ser dia,
impetuosa amada!
Paul Verlaine
(tradução de Fernando Pinto do Amaral)
imagem - Candice Boucher
Nenhum comentário:
Postar um comentário