terça-feira, 16 de abril de 2013

Lassidão





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Ah, por favor,
 doçura, doçura, doçura!
Acalma esses arroubos febris,
 minha bela
Mesmo em grandes folguedos, 

a amante só deve
Mostrar o abandono calmo da irmã pura

Sê lânguida, 
adormece-me com os teus afagos,
Iguais aos teus suspiros e ao olhar que embala
O abraço do ciúme,
 o espasmo impaciente
Não valem um só beijo, 
mesmo quando mente!

Mas dizes-me, criança, 
em teu coração de ouro
A paixão mais selvagem toca o seu clarim!...
Deixa-a trombetear à vontade,
 a impostora!

Chega essa testa à minha, 
a mão também, assim,
E faz-me juramentos 
pra amanhã quebrares,
Chorando até ser dia,
 impetuosa amada!






Paul Verlaine

 (tradução de Fernando Pinto do Amaral)



imagem - Candice Boucher






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