“ sofria como uma galinha de pescoço mau cortado que corre espavorida cuspindo sangue”
“ como a rosa que é louca de beleza, mas mortal”
“ você Macabéia, é um cabelo na sopa, não da vontade de comer”
“ Glória possuía no sangue um bom vinho português”
“ jogando beijo no ar como se solta passarinho”
“ na terra mereceria um pouco o céu dos oblíquos, onde só entra quem é torto”
“ ela tem o corpo cariado”
“ Cair num abismo povoado de gritos”
“ cocorava, o traseiro no chão sentado no zero”
“ Macabéia tinha vários murchos como um cogumelo cozido”
“ será que entrando na semente da sua vida estarei violando os segredos dos faraós?”
“ todo mundo é um pouco triste e um pouco só”
“ o coração batendo como se tivesse englutinado um passarinho esvoaçante e preso”
“ perdendo o leve verniz da finura: você só sabe chover? ”
“ maio mês das borboletas noivas flutuando em brancos véus”
“ conheceria ela algum dia do amor o seu adeus?”
“ a gente aceita tudo, porque já beijou a parede”
“ vomitar algo luminoso, estrela de mil pontas”
“ parado e quieto como um boi a noite”
“ o cansaço rastejando pelo corpo”
“ um molho úmido de grandes violetas trêmulas de viço”
“ tão sega quanto uma pedra rolando”
“ engolir fogo adocicado”
“ manchaste o nosso belo mundo de imagens
com as nódoas da realidade em meu teatro mágico”
“ como todo escritor quero usar termos suculentos,
verbos tão esguios que atravessam agudos”
“ crepúsculo que é hora de ninguém”
“ fatos são palavras ditas pelo mundo, fatos são pedras nuas”
“ brutalidade essa que ela parecia provocar com sua cara de tola, rosto que pedia tapa”
“ ninguém olhava pra ela na rua, ela era café frio”
“ seus olhos faiscavam como sol que morria”
“ junto ao corpo uma vela acesa, o luxo da rica fleuma, parecia cantar glória”
“ A mulherice lhe nascera tarde, porque até no capim vagabundo há o desejo de sol ”
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