Leitor, terás um dia respirado
Com embriaguez, lento degustar,
O grão de incenso que domina o altar
Ou de um sachê o almíscar apurado?
Com magia, profundo delirar,
Do presente que revive o passado,
Assim o amante no corpo adorado
Colhe na memória uma flor sem par
Da solta e densa cabeleira dela,
Incenso da alcova, vivo sachê,
Vinha um aroma, felino buquê,
E as roupas de veludo ou de flanela,
Impregnadas
do seu frescor tão bom,
Soltavam um perfume de vison.
Charles Baudelaire
Tradução de Jorge Pontual
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