segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Czesc, Jak sie pan [I] miewa ?







No cesto de vime alguns novelos ainda plastificados, sufocadas, as cores intensas suplicam liberdade.

No vasinho de porcelana, o pequenino e solitário botão de violeta, já ensaia seu incenso,  errando no ar uma fragrância primaveril.

A retina trêmula, a tez vincada, a alma leve usufrui  “a paz que há nos olhos do boi”,

Lembranças lhe acarinham com asas suaves, e a cada vagaroso e lânguido piscar de olhos, doces slides do passado jorram frescor nas folhas aveludadas da violeta.


Desdobra a carta que nos últimos dias tem lido uma e muitas vezes, palavras fagueiras conduzem-na ao passado, levando-a bem longe de sua agora, tão ruidosa Araucária e de tantos familiares.

Depois de ler a carta, outro leve sorriso  lhe afaga os mais tênues sensores d’alma.

De repente, sua irmã chega, fecha a sombrinha que a protege do sol forte, tirando-a dos seus devaneios e saudades, acolhe a dócil anciã, num efusivo beijo primaveril :

Czesc, jak sie pahn[i] mieva?!?




by  DAVI CARTES ALVES

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